sexta-feira, 13 de junho de 2014

O meu cachopo...


Chama-se Tiago. Mas inevitavelmente não consegui ficar por aqui. Gosto de metáforas, de viajar nas palavras, encontrar personagens e contar histórias. Com um filho ao meu lado essa fonte de inspiração está ali sempre fresca. Todos os momentos são novos. Em cada situação, um traço da sua personalidade é delineado, e uma metáfora é anunciada, uma forma de prolongar o sentimento de ternura que sinto por ele. A metáfora mais antiga que descreve o meu cachopo é "Principezinho", o primeiro olhar ingénuo sobre as coisas. Em recém-nascido, chamava-o muito de "Docinho de Côco". Eu que sou uma gulosa inata, ficava saciada só de olhar para ele. Também, ainda em bebé, talvez pela sonoridade,  apelidava-o de "Pinguim", ele sorria com esta palavra e esse sorriso valia tudo. "Lagartinha da Couve" era outra forma de o descrever. Era isso que ele parecia, quando ainda não andava e eu passeava tardes inteiras de Inverno com ele no carrinho, todo embrulhado numa manta, apenas se viam os olhos. De manhã, ao acordar, costumo chamá-lo de "Meu bichinho", o abraço dele enrolado no meu pescoço, ainda a dormitar despertam em mim o sentimento da mãe e da sua cria, em que eu sinto o seu cheiro e ele reconhece o meu, aquele lado animal da leoa e do seu leãozinho. Quando está doente é o "Meu passarinho", que só quer estar no aconchego debaixo da minha asa. Agora com três anos, no meio de tanta traquinice, os nomes mais frequentes são o "Troca-tintas" e o "Arroz malandro". Certamente irão chegar novas metáforas com as descobertas próprias da idade. Vou-vos mantendo a par. 





1 comentário:

  1. O teu "cachopo" deve ser um mar de surpresas diárias :-)
    É assim o mundo infantil, juvenil e... mais tarde já crescidos, muitas surpresas virão também.
    Um dia vou conhecer-te (vos)
    Beijinhos
    Cláudia

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