segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Lady Cuca por aqui!....


Um dia uma menina encontrou uma caixinha cheia de desejos 
e transformou-os em acessórios que lembram os Sonhos...
Lady Cuca


Hoje deixo-vos aqui o catálogo da última colecção da Lady Cuca. Desde do início que fui contagiada por este projecto. Quando olho as suas peças sinto que cada uma guarda uma história, uma memória, que me encanta, que me faz sorrir, que me faz pensar. Deliciem-se com estas imagens e deixem-se contagiar pela sua magia!...



















Conheçam mais sobre a Lady Cuca em http://www.ladycuca.blogspot.pt/ , onde poderão conhecer as peças de colecções anteriores que também podem encomendar. Não hesitem em contactá-la:  cuca.lady@gmail.com

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Voar: Liberdade ou Fuga?


Voar: liberdade ou fuga? Espairecer ou evitar? Sentir o momento ou fugir dele? Na verdade, acho que pode ser tudo isto. Podemos querer voar para sentir o ar na cara, ou querer voar porque nos queremos ausentar. Talvez não seja mau termos esta vontade de nos ausentarmos, talvez nesse voo consigamos o distanciamento certo para observar as nossas histórias, talvez esse afastamento, mais tarde se traduza numa aproximação a nós, quando decidirmos regressar às nossas vidas. Temos somente que saber gerir o tempo do voo. 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O importante levamos no coração


Muitas vezes, quando estou num sítio que me enche a alma, penso: "hummm... Devia tirar umas fotografias..." E se por acaso tiver levado a máquina, começo a disparar nervosamente para vários sítios para fixar o instante. Tento encontrar o ângulo certo para descrever a emoção do momento, mas fico sempre insatisfeita, nunca é bem aquela fotografia... e sem dar por isso, o momento foi-se. Depois penso: "Se este espaço foi mesmo especial, levo-o guardado em mim." E vou-me embora com um sorriso. Estes pensamentos repetem-se diversas vezes em várias situações da minha vida e tornaram-se mais frequentes depois do meu avô ter sido atropelado e perdido a memória. De que lhe valeram as fotografias que guardou na gaveta? Para ele, aquelas imagens passaram a ser apenas rostos de estranhos que o incomodavam por não os reconhecer. 
Lembro-me de, numa tarde, ter ido lanchar com ele à clínica, onde estava internado. Eram encontros terríveis, desprovidos de qualquer emoção, mas eu, a todo o custo, tentava que houvesse ali uma emoção, um fluxo de sentimentos.  Nesse dia, enquanto comia a sua sandes de fiambre, iniciei um jogo sem que ele se percebesse: "Se a Inês fosse uma fruta, o que seria?", Prontamente respondeu: "Uma tangerina.", "Porquê?", perguntei. "Porque é docinha." Os meus olhos brilharam. "E a avó Nini, se fosse uma fruta o que seria?", "Um pêssego.", Porquê?", "Porque tem a pele macia." Nesse dia regressei a casa com o coração cheio, o meu avô afinal guardava consigo emoções, o puzzle da sua memória estava baralhado mas a essência continuava lá. 
A última vez que a minha avó esteve com o meu avô foi no dia 20 de Dezembro de 2002, quando o foi visitar à clínica. As conversas que tinham eram banais, perguntas e respostas que os mantinham ocupados durante a visita. Naquele dia, quando já se ia embora, olhou para o meu avô e perguntou-lhe: "Sabes que dia é hoje?", sem hesitar, o meu avô respondeu: "É o dia do casamento." E era verdade, naquele dia faziam 55 anos de casado. A minha avó ficou com lágrimas nos olhos, a ligação por breves instantes tinha sido estabelecida. Três dias depois o avô Zé morreu. Mas fosse para onde ele fosse, ia levá-la consigo, o importante guardou no seu coração.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Rodízio de Anedotas



É assim que recordo as noitadas de anedotas que passava com os meus amigos. Era, na verdade, um rodízio porque estávamos ali deliciados a saborear a forma como cada um contava determinada piada. O prazer estava na maneira como a anedota era contada, nos gestos, nos sotaques, nas expressões utilizadas. Ficávamos horas a "petiscar daquele rodízio". O mais extraordinário, e que recordo com mais saudades, é que, na maioria das vezes, todos já sabíamos as anedotas , mas ouvi-las serem contadas pela pessoa certa era delicioso. Lembro-me tão bem de dizerem: "Essa não, essa não! Essa conto eu! Tu contas aquela porque fazes muito bem tal parte!" Às vezes, olhava para as pessoas à nossa volta, estavam intrigadas: "Porque é que na naquela mesa se ri tanto?" Não, não estavamos a fofocar, não, não estavamos a comentar os sapatos de ninguém, estavamos simplesmente a divertir-nos e a desfrutar da companhia espectacular uns dos outros!...