segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Um Pai Natal Sui Generis



Não sei se alguma vez acreditei realmente que o Pai Natal existia, mas quero acreditar que sim, porque é uma história com magia, de um velhote com barbas brancas que se lembra dos meninos e lhes dá algo que é pago com sorrisos. Nos primeiros Natais da minha vida deitei-me sempre cedo. No dia seguinte, quando ia à sala onde estava a Árvore de Natal percebia que alguém tinha estado ali, e esse alguém só podia ter sido o Pai Natal. Os meus pais observavam-me sorridentes e eu sorria para eles: Como é que eles tinham conseguido o contacto do Pai Natal eu não sei, mas a verdade é que tinha corrido bem. Aos meus dois, três anos começou a existir a necessidade de ter a presença física do Pai Natal: "Oh mãe, só hoje... deixa-me ficar acordada para o ver, vá lá..." E então começou a voluntariar-se todos os anos uma pessoa para fazer de velhote das barbas brancas. Nesses Natais pensava que era alguém que se mascarava, por isso, comecei a estar sempre atenta para ver se ninguém se escapava. Mas  estava tudo muito bem organizado e, de uma maneira ou de outra, lá alguém se vestia a rigor de Pai Natal e batia à porta. Até que, quando já tinha uns quatro anos aconteceu o inevitável: estava na hora de abrir os presentes e o Pai Natal ainda não tinha chegado. Eu e o meu primo olhávamos pela janela e nada: "Queres ver que o Pai Natal não deu com a morada..." Anos mais tarde fiquei a saber que naquele Natal se tinham esquecido de decidir quem seria o velhote das barbas brancas e portanto tiveram que improvisar, e que improvisação! Eis que aparece um homem magro, com o roupão vermelho da minha tia, algodão branco a fazer de barba, mas a deixar ver o bigode castanho por baixo e para rematar uma touca de banho às flores. Sem dúvida que o efeito surpresa correu bem, se calhar foi mesmo o ano que correu melhor. Os olhares dos adultos incidiram sobre mim e sobre o meu primo: será que este Pai Natal cumpria todos os requisitos?... Sorrimos os dois nervosamente. Eu, entredentes, sem tirar os olhos do Pai Natal, disse à minha mãe: "Mãe, não fiques triste mas o Pai Natal é o Nando..." Enfim... foi a queda de um mito, mas eu estava sobretudo triste pela minha mãe, estava preocupada com a forma como ela iria ultrapassar toda a situação!... Mas estava ali para lhe dar todo o meu apoio!...

Nesta quadra natalícia

Troquem sorrisos,
Ofereçam abraços,
Dêem beijos,
Partilhem palavras,
Espalhem magia!

Feliz Natal!...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A Janela das Manas




Sim, hoje resolvi inaugurar e abrir outra janela: a janela das manas. Há coisas que são só nossas e que vão permanecer com cada uma de nós, mas há outras que vou partilhar, porque merecem ser partilhadas, porque fazem parte de uma história linda, uma história contada de mão dada. Costumo dizer: se não fossemos irmãs, havíamo-nos de nos encontrar e ser melhores amigas. Simplesmente o Universo tornou tudo mais simples ao permitir que viéssemos da mesma barriga. Histórias para rir, outras para pensar e sorrir serão contadas nesta janela. Até breve!...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Recrutar Personagens




Hoje vou partilhar com vocês um exercício que adoro fazer. Quando vou a um restaurante gosto de observar os diversos grupos sentados nas mesas vizinhas. "Tu és mas é cusca!" Não, não é cusquice, não estou ali para invadir a privacidade de ninguém, nem  para me entranhar nas suas vidas, não!.... Limito-me a observar posturas, tentando adivinhar os seus parentescos. Numa primeira abordagem parece fácil: "Ora o casal de meia idade que se sentou agora são o pai e a mãe e os outros são os filhos que devem andar na universidade e vieram passar o fim-de-semana a casa. Humm, a forma como o rapaz olhou para a rapariga não é de irmãos... Ah!... Já sei, é o almoço de apresentação da namorada! Ou será ao contrário?... Vamos ver como é que a acção se desenrola. E senhora mais velhota que está na mesa, quem será? Deve ser a avó, sim, mas mãe da mãe ou do pai? E o avô? Será que já não há avô? E eis que chega um sr. velhote, vindo da casa de banho. Mas o avô não se sentou ao pé da avó, porquê? Estarão zangados?.... Ahhh... Não, não são um casal, são avós desencontrados..." Enfim é um bom exercício para "recrutar personagens" para as minhas histórias.
Pensamos que não, mas falamos muito com o corpo, com o modo como olhamos, com o sorriso ou não que damos, com a forma como nos sentamos e colocamos as mãos. Dizemos tanta coisa sem sabermos...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

As Mensagens das Bolas de Sabão




As MENSAGENS DAS BOLAS DE SABÃO 
não são simples postais para guardar numa gaveta. 

São LEMBRETES para o nosso dia-a-dia, são pequenos momentos de breves reflexões que deviamos ter diariamente, são espaços de tempo suspensos numa bola de sabão, são olhares sobre o nosso quotidiano. Partilhe com os Amigos e Familiares Bolas de Sabão este Natal: LEMBRE-SE DAS COISAS SIMPLES DA VIDA!...







Perfume os seus dias com 
Mensagens das Bolas de Sabão!...





Emoções Fortes 
logo pela manhã!...



Faça uma Pausa 
para Saborear a Vida!...




Lembre-se das 
Coisas Simples da Vida!...






Entrelace os seus dias com 
Mensagens das Bolas de Sabão!...






Desembrulhe o Momento!...


Encomende as suas Bolas de Sabão:

mensagens.bolasdesabao@gmail.com

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

De Mão Dada com o Passado





Fizeram-me uma pergunta: "Imagina que estás na tua linha do tempo. Onde colocarias o teu passado?" A resposta mais natural e dada sem pensar seria: "o passado é lá atrás." Mas na verdade, não foi esta resposta que eu dei, pois não é isso que realmente sinto. Sou uma nostálgica e saudosista por natureza. Não vivo no passado, mas ele acompanha-me no meu dia-a-dia. Não está arrumado num baú, está ali ao meu lado, sempre disponível para eu mergulhar nele na busca de boas energias, para reviver momentos com uma grande carga emocional. Sinto que tenho uma enorme capacidade de viajar na minha linha do tempo e preciso disso é a minha área de conforto, a minha manta. Não vejo necessidade de o passado estar arrumado, porque o passado já foi presente, já foi uma mistura de emoções, já foi aqui e agora, já foi experiência e isso não se guarda numa gaveta, isso vive connosco, contribuiu para o que somos hoje e eu não estou arrumada numa prateleira, eu estou aqui , com o meu presente, o meu passado e o meu futuro!...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O Filme da Minha Vida




O cachopo é muito traquina e activo, mas quando ouve o Ruca na televisão pára tudo: primeiro corre de um lado para o outro excitado e com os braços no ar e depois acalma-se, senta-se e eu faço-lhe companhia. Ficamos os dois no chão: ele a olhar para a televisão e eu a olhar para ele. Ali estamos deliciados a ver os nossos protagonistas preferidos: ele vê o Ruca e eu vejo o Principezinho. O cachopo já conhece os episódios de cor. Repete as frases do Ruca, e eu já conheço meticulosamente todas as expressões do rosto do meu cachopo de acordo com a história que ele avidamente assiste: o sorriso contido à espera do momento certo para soltar a gargalhada, os olhinhos pequeninos a absorverem todos os pormenores e a antecipar as frases do Ruca e dos seus companheiros, o beicinho que faz quando o "seu amigo" tropeça, e por aí fora. Dizem-me:  "aproveita, eles crescem num instante..." Sim, é verdade, mas sinto que tenho conseguido gerir o tempo e suspendê-lo numa bola de sabão para poder apreciar todas as emoções espelhadas nos seus olhos. Fico encantada a desembrulhar cada momento, cada expressão, cada gesto do meu Principezinho. Ali estamos os dois extasiados a ver o filme da nossa vida.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Afinal tenho uma espécie de Varanda




Há uns tempos atrás falei-vos da minha necessidade de ter uma varanda... Um espaço de tempo, um tempo com espaço para me desconectar do mundo e me ligar a mim, ao meu turbilhão interior.  A não ser que mudasse de casa, não ia conseguir arranjar uma varanda. Afinal não é nada que se possa comprar e mandar instalar. Se calhar um dia destes o Ikea ainda inventa uma coisa dessas, mas até lá tinha que pôr a imaginação a funcionar, pois encontrar uma varanda tinha-se tornado num assunto de carácter urgente. Não foi preciso pensar muito para perceber que havia outro espaço em casa com as mesmas funcionalidades que procurava numa varanda. O cachopo já dormia, os meus afazeres diários estavam cumpridos, era o meu momento. Fui tomar um duche quente. Entrei na banheira e fechei a cortina. Tinha entrado na minha varanda, no meu espaço de tempo. Conseguia ouvir-me, os pensamentos estavam fluídos, o som da água ajudou-me a relaxar, os vapores permitiram uma breve abstracção. Fechei os olhos e esbocei um sorriso: afinal ia todos os dias à "minha varanda" e não me tinha apercebido.