segunda-feira, 30 de junho de 2014

Afinal, pode ser tão simples

Gosto muito de feiras de artesanato e ao fim-de-semana há sempre muitas por aí. Encontramos ideias engraçadas, iguarias da terra,  aromas que nos levam à infância, formas criativas de reciclar objectos, entre outras coisas. Mas o que mais me encantou numa das últimas feiras que visitei, foi a velhota de xaile que estava por detrás da banca, que tinha as suas "preciosidades" expostas. Se querem que vos diga, já não me lembro o que ela estava a vender, porque toda a minha atenção fluiu para o rosto daquela encantadora senhora. O seu sorriso tranquilo era absolutamente contagiante, transmitia paz e contentamento. Eram expressões inteiramente genuínas. Mais do que vender as suas obras de arte ela queria era beber da expressão dos que passavam, dos olhares que fixavam os seus objectos. O reconhecimento dos outros era a melhor das riquezas, o tempo que dispendiam, frente à sua banca deixavam-na saciada. Afinal, pode ser tão simples fazer o outro feliz dando-lhe um espaço de tempo, dando-lhe um espaço para a sua existência.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

para começar bem a semana


É inevitável ouvir esta música e não me arrepiar... A abertura deste tema embora calmo, faz-me ter as emoções à flor da pele. O início torna-se poderoso, porque faz adivinhar a performance absolutamente estonteante da Diva Tina Turner!... Fico inspirada! Obrigada Tina!...


Tina Turner, Proud Mary

quarta-feira, 18 de junho de 2014

frase do dia



Porque é a autenticidade que nos liga. Porque ser autêntico é um acto de vulnerabilidade, que deixa vir ao de cima aquilo que de mais genuíno temos. Quando somos autênticos atraímos também o lado mais sincero dos outros.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

O meu cachopo...


Chama-se Tiago. Mas inevitavelmente não consegui ficar por aqui. Gosto de metáforas, de viajar nas palavras, encontrar personagens e contar histórias. Com um filho ao meu lado essa fonte de inspiração está ali sempre fresca. Todos os momentos são novos. Em cada situação, um traço da sua personalidade é delineado, e uma metáfora é anunciada, uma forma de prolongar o sentimento de ternura que sinto por ele. A metáfora mais antiga que descreve o meu cachopo é "Principezinho", o primeiro olhar ingénuo sobre as coisas. Em recém-nascido, chamava-o muito de "Docinho de Côco". Eu que sou uma gulosa inata, ficava saciada só de olhar para ele. Também, ainda em bebé, talvez pela sonoridade,  apelidava-o de "Pinguim", ele sorria com esta palavra e esse sorriso valia tudo. "Lagartinha da Couve" era outra forma de o descrever. Era isso que ele parecia, quando ainda não andava e eu passeava tardes inteiras de Inverno com ele no carrinho, todo embrulhado numa manta, apenas se viam os olhos. De manhã, ao acordar, costumo chamá-lo de "Meu bichinho", o abraço dele enrolado no meu pescoço, ainda a dormitar despertam em mim o sentimento da mãe e da sua cria, em que eu sinto o seu cheiro e ele reconhece o meu, aquele lado animal da leoa e do seu leãozinho. Quando está doente é o "Meu passarinho", que só quer estar no aconchego debaixo da minha asa. Agora com três anos, no meio de tanta traquinice, os nomes mais frequentes são o "Troca-tintas" e o "Arroz malandro". Certamente irão chegar novas metáforas com as descobertas próprias da idade. Vou-vos mantendo a par.